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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Axé,meu rei!_ por Denissena

Apresentação
Cultura não se sente ou vive apenas nas manifestações artísticas de um local. É no dia-a-dia de um povo que se constrói a identidade cultural. No caso da Bahia, berço da diversidade de raças e etnias que compõem o Brasil, essa cultura tem nuances muito particulares, que gritam aos sentidos, no transitar de corpos que exalam cheiros, falares e gírias, posturas e trejeitos. Cada lugar tem traços de um ser baiano específico, já que a Bahia são tantas, muito além da capital.
Em “Axé, Meu Rei”, um pedaço da Bahia será recortado para mostrar a peculiaridade do povo soteropolitano. Não há como não se divertir ao se observar o jeito desse baiano de Salvador, da Cidade Baixa e da Alta, do Subúrbio, da ‘BR’ e Paralela, das periferias intocadas nos centros urbanos como Nordeste de Amaralina e Vasco da Gama . Escolheu-se o humor como homenagem à maneira despojada, autêntica e criativa com que vivem esses homens, mulheres, meninos e meninas. É preciso sair do clichê da capoeira e acarajé para entender que há muito mais, inclusive porque a falta de recursos provoca o baiano a inventar e a se re-inventar, fazendo da dificuldade uma brincadeira e dos erros de português (decorrentes da falta de aceso à educação de qualidade) um dialeto próprio.
Baiano de Salvador que viveu nos bairros de Coutos, Curuzu e Cabula e atualmente reside na Boca do Rio, Denis Sena vem pensando há tempos em representar a baianidade cotidiana em forma de desenhos bem humorados. Nesse trabalho, o artista pretende dar destaque ao belo e ao engraçado, características que, na sua opinião, se cruzam, se confundem, quando ouvimos o baiano falar, andar, relacionar-se com seu mundo.

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